- Pai?
- Sim?
- O que é amor?
- Quê?
- É, o que é amor?
- Ah, filha, amor é quando você gosta muito de alguém.
- Mas, aí não seria a mesma coisa que gostar? Qual é a diferença?
- A diferença está no modo e na intensidade.
- Ah... tá... E paixão? Aonde entra?
- Paixão é quando você gosta um pouquinho de alguém.
- Se tudo é gostar, por que tem nome diferente? Não é mais fácil deixar só gostar e aí dizer o quanto?
- Sim, é, querida.
- ...
- ... ?
- Ô, pai?
- Fala, filha...
- O que você sente pela mamãe? Amor, gosta dela ou paixão?
- Amor.
- E por mim?
- Amor também.
- Mas, é o mesmo tipo de amor?
- Não.
- Por quê?
- Por que o quê?
- Por que você ama a gente diferente?
- Ahhh, bom... Porque... Bom, porque o amor que eu sinto por ela pode não durar e, o que eu sinto por você é pra sempre.
- Como assim?
- Como assim o quê?
- Como assim sendo?! Você não ama a mamãe de verdade?
- Amo!, mas...
- Então se é de verdade, é pra sempre, né?
- Nem sempre.
- Por quê?
- Ah, porque... Porque às vezes o amor acaba, ué!
- Então... você pode não me amar mais?
- Isso nunca!
- Mas, e a mamãe? Por que com ela é diferente?
- Porque é... Assim, filha, ó: o amor que eu sinto pela sua mamãe é como a chama de uma vela acesa. Ela pode durar até a vela ficar pequeninha, pequeninha, ou pode vir o vento e apagá-la, sabe? Ou alguém pode apagá-la. Agora, meu amor por você é como o universo: infinito.
- E por que alguém apagaria essa chama?
- Eu não sei.
- Acho que não entendi, pai. Amar parece difícil...
- E é, pequena, e é...
Texto Original: AQUI
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