Olhando em volta, tudo está escuro e cada vez mais assustador. Posso ouvir o silêncio mais alto que já escutei em toda minha vida. Desde que você se foi estou aqui parado, pois minha mente não conseguiu absorver a idéia de solidão. Porque o mundo tem de ser assim? Porque parece que as coisas ruins somente acontecem com as pessoas boas? Tudo estava perfeito, você e eu, e agora resta apenas eu nessa história. Desejo ver você, o contorno de sua silhueta aparecer por trás das árvores. Estou com medo deste lugar. Mais ainda com mais medo do que minha vida será sem seu sorriso.
Resolvo levantar e sair deste lugar assombrado. Posso ver olhos sonhadores nas árvores e garras afiadas em seus galhos. Vejo uma casa velha ao longe. Há uma luz ligada, há uma esperança. Levanto e piso na grama molhada. Não vejo nada, guio-me apenas com a fraca luz de esperança que ainda resta. Talvez exista uma solução. Caminho alguns passos até tropeçar em algo e cair. Provavelmente tropecei nas palavras amargar que você disse antes de partir. E estou rolando sobre os buracos que você deixou em meu coração. Sim, você fez a primeira cicatriz. Porque você quebrou um coração perfeitamente bom? Esta marca nunca mais sairá.
Então me levanto deste sofrimento e continuo a andar. Não falta muito. Apenas mais alguns ferimentos que você deixou. Caio novamente, desta vez encima de flores. São estas as flores da amizade que você me deu há alguns anos? Elas estão mortas. Tento esquecê-las enquanto me levanto novamente. A luz parece aumentar. Estou cada vez mais perto. Em frente à porta corroída da velha casa, dúvidas giram em volta de mim. Ao abri-la posso cair em direção à escuridão e nunca mais conseguir levantar. Mas ao mesmo tempo, a luz está mais forte e ela pode significar algo novo. Um novo alguém caminhando junto a mim sobre os buracos de meu coração.
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